segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Campanha Pelas Águas realiza coletiva de imprensa em Viçosa



Nesta sexta feira, 12, foi realizada na Câmara Municipal de Viçosa uma coletiva de imprensa para discutir o cancelamento do projeto de instalação do mineroduto da empresa Ferrous Resources.

A mineradora desistiu de dar seguimento ao processo de licenciamento que permitiria a construção de um mineroduto de 400 km que ligaria Congonhas, na região Central de Minas Gerais, a Presidente Kennedy, no Espírito Santo. Seriam 22 municípios afetados, sendo 17 em Minas Gerais, três no Rio de Janeiro e dois no Espírito Santo.

O processo estava no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e, em junho deste ano, além de vencer a licença prévia, o prazo para apresentação de documentos para emissão da licença de instalação expirou. “Devido ao momento do mercado, a Ferrous optou por, neste momento, não dar prosseguimento ao processo de licenciamento do empreendimento”, afirmou a mineradora por meio de nota.

Durante a coletiva de imprensa, Luiz Paulo Guimarães de Siqueira, militante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e membro da coordenação da Campanha Pelas Águas, enfatizou o fato de a desistência da mineradora ser consequência de pressão popular, “desde 2011 há uma resistência regional organizada contra a implantação do mineroduto, comunidades atingidas e organizações populares realizaram inúmeras ações para denunciar os impactos do empreendimento. Em um dado momento, conseguimos pressionar prefeituras, como a de Viçosa e Paula Candido, a revogarem as autorizações que haviam sido concedidas à Ferrous, sem essas autorizações a empresa não consegue prosseguir com o processo de licenciamento”, afirma Siqueira comemorando a vitória.  

Participaram também da coletiva de imprensa os vereadores Idelmino Ronivon e Marcos Nunes. Para Ronivon, que preside a comissão parlamentar de enfrentamento ao mineroduto, é tempo de celebrar a conquista, “é extremamente satisfatório ver que cada esforço realizado valeu a pena, essa, sem dúvida, é uma conquista histórica que ficará como um grande legado a todo município”.

A vitória sob a Ferrous demonstra que com organização e luta popular é possível derrotar os projetos imperialistas de saqueio dos bens naturais no país. “Quando a empresa chegou em nosso território havia uma onda de pessimismo muito grande, a assimetria de forças era notável, as comunidades estavam desarticuladas frente uma corporação multinacional apoiada pelo Estado brasileiro. Mas quando começamos a trabalhar em nossa organização e forjar lutas nas ruas das cidades atingidas, fomos nos formando e construindo a consciência de que era necessário tomar os rumos da história pelas nossas próprias mãos. Tínhamos tomado uma decisão e não permitiríamos tamanho retrocesso ocorrer em nossos territórios. Esta vitória conquistada é fruto de uma incessante e árdua luta coletiva, e nos anima a seguir nas trincheiras pela superação deste modelo de mineração que nada tem a oferecer ao Brasil”, afirma Luiz.

A proposta da Campanha Pelas Águas para o próximo período será a realização de um ato político de comemoração e o lançamento de um amplo processo de mobilização e organização nas regiões afetadas pelo mineroduto. O ato e lançamento da “Jornada de Lutas em defesa da Democracia e Soberania Popular”, serão realizados em Viçosa (MG), no dia 20 de agosto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Vitória Popular! Mineroduto não será instalado!

A mineradora multinacional Ferrous Resources, que desde 2010, ameaçava comunidades rurais e centros urbanos com a projeção de implantação de um mineroduto, teve seu processo de licenciamento ambiental interrompido devido a insuficiência de informações em seu projeto e pela ausência de documentos que deveriam ser apresentados para a instalação do empreendimento.
O mineroduto, que segundo os planos da empresa já deveria estar em plena operação, sofreu fortes resistências das comunidades atingidas e de organizações populares. Desde 2011, uma ampla articulação de movimentos sociais, sindicatos, igrejas, universidades, se organiza para a construção da Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, com o objetivo de denunciar os impactos iminentes da instalação do mineroduto e as sistemáticas violações de direitos humanos cometidos pela mineradora e fortalecer as comunidades atingidas organizadas.
Para Luiz Paulo Guimarães, militante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e membro da coordenação da Campanha Pelas Águas, a vitória sob a Ferrous demonstra que com organização e luta popular é possível derrotar os projetos imperialistas de saqueio dos bens naturais no país. “Quando a empresa chegou em nosso território havia uma onda de pessimismo muito grande, a assimetria de forças era notável, as comunidades estavam desarticuladas frente uma corporação multinacional apoiada pelo Estado brasileiro.
Mas quando começamos a trabalhar em nossa organização e forjar lutas nas ruas das cidades atingidas, fomos nos formando e construindo a consciência de que era necessário tomar os rumos da história pelas nossas próprias mãos. Tínhamos tomado uma decisão e não permitiríamos tamanho retrocesso ocorrer em nossos territórios. Esta vitória conquistada é fruto de uma incessante e árdua luta coletiva, e nos anima a seguir nas trincheiras pela superação deste modelo de mineração que nada tem a oferecer ao Brasil”, afirma Luiz.
A proposta da Campanha Pelas Águas para o próximo período será a realização de um ato político de comemoração e o lançamento de um amplo processo de mobilização e organização nas regiões afetadas pelo mineroduto. O ato e lançamento da “Jornada de Lutas em defesa da democracia, contra o mineroduto e pela soberania popular na mineração” serão realizados em Viçosa (MG), no dia 20 de agosto.