terça-feira, 28 de abril de 2015

Nota de solidariedade ao Metabase Inconfidentes


Campanha Pelas Águas e Contra Mineroduto da Ferrous
28/04/15
A Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, organização que articula entidades e comunidades atingidas pelo projeto de implantação do mineroduto, vem a público manifestar seu apoio aos trabalhadores e trabalhadoras organizadas no Metabase Inconfidentes, que neste momento se encontram em greve devido à tentativa de violação de direitos por parte da Ferrous Resources S.A.

A Campanha Pelas Águas há anos se organiza construindo lutas para resistir e enfrentar a construção do mineroduto da Ferrous em Minas Gerais. A Ferrous, empresa de capital estritamente estrangeiro, possui como prática rotineira a sistemática violação de direitos das comunidades atingidas por seus empreendimentos. Utiliza de forma truculenta seu poderio econômico e político para coagir, reprimir e enganar as famílias, poder público e entidades para implantar os projetos e enviar os lucros aos seus acionistas.

Como se não bastasse, neste momento, a mineradora Ferrous pleiteia precarizar as condições de trabalho de seus funcionários, reduzindo direitos trabalhistas conquistados pela luta sindical.

Por isso, reiteramos nossa total solidariedade à luta dos trabalhadores organizados no Metabase Inconfidentes, cientes de que só a luta é capaz de resistir às ofensivas do capital aos direitos da classe trabalhadora.

“Por um país soberano e sério,

contra o saque dos nossos minérios!”

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ato Popular em Defesa das Águas denuncia especulação imobiliária e mineroduto

Neste sábado, (25), cerca de 100 pessoas compareceram ao ato popular em defesa das águas, realizado pelos grupos de reflexão das Paróquias de Viçosa, Campanha Pelas Águas, NACAB, MAB e Levante Popular da Juventude. O ato popular faz parte da programação da Semana em Defesa das Águas e seria realizado no dia 21 de março, mas devido à chuva, o evento foi adiado para 25 de abril. Os organizadores só não esperavam é que chovesse também nesta data, mas não deu outra, a chuva caiu durante a passeata. Apesar da chuva, a convicção dos manifestantes fez com que seus ânimos não fossem abalados e o ato prosseguiu ovacionando a queda da água até a Praça Silviano Brandão.

Debaixo de chuva, os manifestantes lutavam contra os projetos de morte
Entusiasmo com a chegada da chuva
  O ato popular foi realizado pela manhã, partindo da feira de produtores com muita animação, cartazes, faixas e gritos de ordem. Durante a passeata os manifestantes distribuíram panfletos e dialogaram com a população alertando sobre os impactos no abastecimento público da especulação imobiliária e a instalação do mineroduto da Ferrous em  Viçosa. O ato contou com o apoio e agito do grupo de maracatu O Bloco e, também, com a apresentação do rapper MC Soldado cantando o “Rap Pelas Águas”.
MC Soldado mandando Rap Pelas Águas

O Bloco, sacudiu a avenida em defesa das águas com o maracatu
                Durante a manifestação algumas intervenções marcaram o tom do ato popular. Rosilene Pires, da coordenação da Campanha Pelas Águas ressaltou a insustentabilidade do modelo de mineração em Minas Gerais. “O Estado ainda insiste em um modelo de mineração que só beneficia as grandes mineradoras, nossos minérios são saqueados e nossas serras, águas e comunidades destruídos; com os minerodutos fica bem claro, nossos minérios vão das minas até os portos, tirando a água do povo mineiro para maximizar os lucros das empresas!”, Rosilene ainda lembrou que o código da mineração está em tramitação na Câmara Federal e que, se aprovado da forma como está, a permissividade às mineradoras será ainda maior.


                O mineroduto da Ferrous não foi o único tema de preocupação dos manifestantes, a irresponsabilidade das construtoras e imobiliárias em Viçosa alerta os especialistas. O Professor da UFV, Rafael Bastos, especialista em abastecimento público, chamou a atenção que esta discussão entre o conflito de construtoras e água é antiga na cidade. “Participando da manifestação de hoje me lembro do movimento SOS São Bartolomeu, construído na década de 90, e percebo que mesmo com todo o clamor da população, com a evidente falta de água, o setor imobiliário age a cada dia de forma mais irresponsável, e o poder público, infelizmente, quando não é condescendente com as construtoras, atua de maneira ainda insuficiente”, Rafael ainda reforçou a necessidade da adoção de medidas de conservação na bacia do São Bartolomeu para assegurar um abastecimento sadio e pleno à população viçosense.
Prof. Rafael Bastos chama a atenção da petulância e irresponsabilidade do setor imobiliário
                Ao passar em frente à Prefeitura, Frederico, liderança comunitária do Bairro Silvestre, reivindicou a efetivação do Monumento Natural da Cachoeira do Silvestre. “Criaram o Monumento, mas depois de criação nada mais se fez, hoje a cachoeira está largada e sendo utilizada para fins inapropriados, queremos que a Prefeitura efetive o parque da cachoeira, pois é um monumento natural e um potencial ponto de lazer da cidade”, reivindicou Frederico.

"Queremos nossa cachoeira funcionando plenamente""
                A reforma política também foi reivindicada pelos manifestantes. No momento em que a manifestação passou em frente à Câmara Municipal, Iara Cássia, do Coletivo de Mulheres e militante da Consulta Popular, denunciou como vereadores agem como servidores da especulação imobiliária. “Muitos projetos foram aprovados nessa casa legislativa para atender unicamente os interesses do setor imobiliário, podemos citar a urbanização do trecho que permitiu a construção do Eco Life no Acamari, a urbanização dos Cristais e a quase urbanização do Paraiso, todos estes projetos só servem às construtoras e vão trazer danos ao abastecimento de água”, Iara ainda denunciou que o financiamento de campanha eleitoral pelas empresas imobiliárias decide para quem vai servir os mandatos dos parlamentares, “o financiamento de campanha pelas empresas é o que incentiva a corrupção na política, ao invés de pensar leis para o povo, ficam fazendo leis para atender seus financiadores!” denuncia.
"Somente com uma Constituinte Exclusiva e Soberana conseguiremos mudar nosso sistema político"
                Outa intervenção que chamou a atenção foi quando a manifestação cruzou a esquina da Av. Marechal Castelo Branco. Os manifestantes envolveram a placa da avenida com um cartaz escrito “Av. Frei Tito” e denunciaram a nomeação de ruas por representantes do regime militar. O militante do Levante Popular da Juventude, Zeonyr Barbosa, incentivou a todos a descomemorar os 50 anos da empresa Rede Globo, celebrada no dia 26 de abril. “A família Marinho se enriqueceu extraordinariamente durante a ditadura financiada pelos Estados Unidos, a realidade é dura, a Globo apoiou a ditadura, e hoje serve como principal instrumento para alienar o povo trabalhador!”.
O povo não é bobo! Abaixo a Rede Globo!
Av. Marechal Castelo Branco, recebe sua nova nomeação
                O ato popular em defesa das águas foi encerrado na Praça Silviano Brandão com uma grande roda e o comprometimento de todos de que continuarão na luta para defender a vida contra os projetos de privatização da natureza e exploradores do povo brasileiro.  

"É preciso resistir e lutar a favor da vida!"



Ato Popular movimenta Calçadão
Equipe de Clowns agitou o Ato Popular

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Campanha Pelas Águas e UFV se unem para impedir mineroduto

Reitora da UFV sela aliança contra Ferrous

No dia 16 de abril, quinta-feira, a reitora da UFV, Nilda de Fátima Soares, recebeu em sua sala a coordenação da Campanha Pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, o DCE e o vereador Idelmino Ronivon, presidente da Comissão Parlamentar de Enfrentamento ao Mineroduto.

O objetivo da reunião foi traçar estratégias conjuntas para impedir que o mineroduto da Ferrous seja instalado no município de Viçosa. O Conselho Universitário da UFV (CONSU) decidiu em sua última reunião o posicionamento contrário à passagem do mineroduto nos mananciais que abastecem a instituição. O posicionamento foi subsidiado por um relatório elaborado por uma comissão especial instaurada pelo CONSU. Em sua elaboração, a comissão realizou um seminário institucional e analisou os pareceres e perícias do SAAE, Divisão de Água e Esgoto da UFV, Centro de Apoio Técnico do Ministério Público Estadual, Conselho Municipal de Defesa e Conservação de Meio Ambiente (CODEMA), moção da Câmara Municipal, Relatório técnico da Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) e o posicionamento da Prefeitura Municipal, todos com posicionamentos contrários a passagem do mineroduto nos mananciais que abastecem Viçosa.

Durante a reunião os membros da Campanha Pelas Águas salientaram a importância do posicionamento. “A partir do momento em que o CONSU entendeu que o mineroduto vai causar prejuízos à instituição, é preciso tomar medidas para que o parecer da comissão seja efetivado, ou seja, precisamos agir para evitar este retrocesso e impedir essa grande injustiça social e ambiental” destaca o membro da Campanha Luiz Paulo Guimarães.

Para Nilda, a decisão do CONSU foi muito sábia e demonstra a seriedade e compromisso da Instituição com as demandas da cidade. A reitora salientou que todas as entidades do poder municipal e Ministério Público foram notificadas.

Durante a reunião os presentes encaminharam a solicitação de apoio do Ministério de Educação (MEC) para este impasse, visto que se a Ferrous obtiver as licenças ambientais o funcionamento da UFV vai ser comprometido. A reitora se comprometeu também a notificar o Governo de Minas, através de suas secretarias, o IBAMA e a Procuradoria da República em Viçosa.   

Para o vereador Idelmino Ronivon, somente as notificações podem não ser suficientes. “Temos de manter a vigilância, se as notificações e os documentos técnicos não forem suficientes para o entendimento da Ferrous e do IBAMA, será preciso repensar e ousar em novas estratégias” analisa o presidente da comissão parlamentar de enfrentamento ao mineroduto.


Ao final da reunião, a Campanha Pelas Águas presenteou a reitora Nilda com uma camisa do movimento e ambos assumiram o compromisso de manter contato até que a questão seja solucionada.